Candidatos a Reitores da USP falam sobre EaD em debate

Por Rosangela Maria Cunha em 18 de setembro de 2009
Os oito candidatos à reitoria da Universidade de São Paulo discutiram, num debate realizado ontem no Instituto de Ciências Biomédicas, no campus da capital, a entrada ou não da universidade no ensino a distância.

Apesar das discordâncias, o debate foi morno. Como as perguntas, enviadas pela internet, foram sorteadas, não houve espaço para questões mais polêmicas, como a participação da USP no Enade ou a ocupação do campus pela PM, em junho.

"Sou contra o ensino a distância na graduação", afirmou Francisco Miraglia Neto. "A convivência com os colegas e a vivência estudantil são básicas para o desenvolvimento da pessoa. A formação inicial tem de ser presencial."

Na direção oposta, Sylvio Barros Sawaya disse que a USP "vai ficar para trás" se não aderir ao ensino a distância. "A USP é de todo mundo. Quanto mais alunos, melhor."

Glaucius Oliva e Sonia Penin concordaram. "Estamos no meio de uma revolução digital sem precedentes. Temos de usar todos os meios", disse ela. Num meio-termo, Armando Corbani Ferraz defendeu que o ensino a distância seja adotado, porém apenas de modo complementar ao presencial.

João Grandino Rodas chamou a atenção para o fato de que nem todos os universitários têm uma "prontidão pedagógica para o ensino a distância", já que vieram de colégios 100% presenciais.

O tema foi originado por uma pergunta a respeito do programa estadual Univesp (Universidade Virtual do Estado de São Paulo). O governo paulista previa que ainda neste ano a USP ofereceria um curso a distância de licenciatura em ciências, como parte da Univesp. A USP, porém, adiou sua participação, por discordar do modelo.

"O ensino a distância explodiu na educação privada e se vulgarizou. A USP é conservadora, no bom sentido. Entra timidamente. Só vai aderir após muita discussão", afirmou Wanderley Messias da Costa.

Ruy Alberto Corrêa Altafim defendeu que a universidade faça parte da Univesp, mas que o diploma do aluno que fez o curso a distância não leve o carimbo da USP.

O primeiro dos dois turnos da eleição será no final de outubro. Uma lista tríplice será levada ao governador José Serra (PSDB), que escolherá o reitor.

Fonte: Ricardo Westin - Folha de São Paulo

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